sexta-feira, 26 de maio de 2017

Por que MP e Defensoria são contra ação de Doria na Cracolândia

O MPSP e a Defensoria Pública têm liderado a oposição às últimas medidas 
do governo Doria para acabar com a Cracolândia; entenda as críticas

Por Luiza Calegari

São Paulo - Prefeitura começa a demolição de prédios na região próxima à praça Julio Prestes, conhecida como Cracolândia (Rovena Rosa/Agência Brasil) (Rovena Rosa/Agência Brasil/Agência Brasil)
São Paulo – O Programa Redenção, iniciativa da prefeitura de São Paulo para lidar com a Cracolândia, tem sido alvo de críticas do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) e da Defensoria Pública.
Desde o começo dos debates sobre a implantação, em março deste ano, o MPSP já acusava o programa de “falta de referencial teórico” , de uso excessivo “da tropa de choque no controle do tráfico de drogas no local” e da “quebra da teoria consagrada de redução de danos” em um procedimento administrativo aberto contra a efetivação do programa, segundo relato do jornal Folha de S. Paulo.
O MP, então, começou a colaborar com a prefeitura na elaboração do projeto, mas as duas instâncias voltaram a se desentender após a ação do domingo, dia 21, quando a prefeitura, em parceria com o governo do Estado, desmontou o chamado “fluxo“, que é a concentração fixa de usuários no centro de São Paulo.
Em entrevistas, o promotor Arthur Pinto Filho, do MPSP, fez duras críticas à intervenção. Segundo ele, a ação não teve articulação dos profissionais de saúde, e só ajudou a espalhar os usuários de droga pela região central da cidade.
Segundo a Folha de S.Paulo, parte dos usuários que foram acolhidos pela prefeitura após esta ação dormiam no chão dos abrigos, que não tinham leitos suficientes.
A maioria, no entanto, montou 22 novas Cracolândias, a poucos metros de onde estava o “fluxo” original e em outras regiões da cidade.